No coração, tudo pode voar. E tudo pode voltar.

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domingo, 29 de janeiro de 2012

Fazendo as pazes com Adele



Eu sei, as garotas a amam. Ela deu um “sorry” para os padrões de beleza e tem um quê de moça auto-suficiente.

Mas o meu desafeto com a Adele foi pela música. Mais precisamente por “Someone like you”. Era ouvir e meu coração disparar. Ela diz “estou sabendo que você já tem alguém e que vai se casar”. Meu Deus, com o coração em frangalhos, eu só conseguia pensar no meu ex achando alguém e se casando.
Que musiquinha torturante, me lembrando o tempo todo que essa situação poderia acontecer.

E aconteceu. Simples assim.

Um belo dia alguém me diz que ele já estava desfilando por aí com um nosso affair.

Mas uma coisa estranha aconteceu. Na verdade nada aconteceu. Eu estava preparada pra desmaiar, virar uma abóbora, chorar piscinas. Mas o estado de choque me fez não fazer nada. Respirar fundo, fazer uma cara de paisagem pra quem estava me contando e voltar pra casa.

Aí vinha quem na rádio? A Dona Adele, me dizendo: “Eu tinha esperança de que você veria meu rosto e que você se lembraria de que pra mim não acabou”. Culpa dela. Toda dela. Realmente pra mim não tinha acabado e me dei conta que agora acabou de verdade. E publicamente pra ele acabou mesmo. Publicamente tem outra na jogada.

Doeu demais. A música ficou sendo o hino de derrota no meu coração. Já ouvi um ditado de que o fim do amor é igual duas pessoas segurando um elástico. O primeiro que soltar vai machucar o outro. Eu podia sentir o elástico em câmera lenta vindo em direção a mim. E na outra ponta, ele me dizia adeus. Doeu.

Um dia, eu e meu coração embolado num elástico sangrento fomos malhar.
Na academia, seleção de clipes musicais e suas traduções. Como eu só tinha pensando no que a música dizia por ter ouvido, prestei mais atenção na letra. 
Foi uma toalhinha branca de paz que a loira de nariz fininho me enviou.

Ela disse: “as vezes o amor dura, as vezes ele te fere”. Presta atenção. Agora inverte a frase: as vezes o amor te fere, mas as vezes ele dura. É só entender isso.
Essa fase, esse gosto de remédio ruim que está na sua boca é uma parte do processo. É a parte que ele fere. Mas vai chegar a parte de durar. E pode apostar: você vai agradecer por não ter durado com ele.
Agora eu dei um sorrisinho de canto de boca pra ela. Adele, minha nova melhor amiga me disse na música Daydreamer:
“...você pode encontrá-lo sentado
no degrau de sua porta
esperando pela surpresa
e parecerá
que ele estará lá por horas
e você pode dizer
que ele estará lá pela vida toda...”

Ex-namorado é igual roupa velha e fora de moda...

Você se surpreende com as fotos, e pensa:


 Nãaaao acredito que já saí com isso!!!!

Nos menores frascos é que estão os melhores venenos

Chaveirinho me apareceu num momento dramático da vida. Numa festa, álcool na cabeça e um coração doído. Gostei e não foi pouco. Depois de um desespero súbito de não termos trocado telefone, o Santo Facebook concedeu um milagre de lembrar seu sobrenome.

Encontro marcado, e de esperança na bolsa, lá fui tentando lembrar o rosto do cidadão. Eis que os dois desceram do carro e eu, de salto super baixinho, olhei pra ele de cima: sim, ele era mais baixo que eu. Mais baixo que eu, que amava ser pegado pelo colo, que adorava um homem grande pra meu pendurar no pescoço. Mas o papo fluiu, e o interesse aumentou inversamente proporcional ao tamanho dele.

Eu tentava me reafirmar com as minhas amigas, mostrando só a foto de perfil dele, que de fato fazia sucesso. Num dia, no meio da roda de meninas, elas constataram que eu e Chaveirinho já estávamos namorando. Aquele “namoro” guela  abaixo não me deixou dormir. Botava na balança o carinho que ele me dava versus meus irmãos rindo de mim por estar namorando um tartaruga ninja na ceia de natal. Pensei na situação enquanto torrava minha grana em sapatilhas e rasteirinhas de todos os estilos.

Daí, numa bela semana, Chaveirinho entrou numa nave e partiu pra Júpiter. Não ligava e não atendia. Simples assim. Não foi minando... num dia eu estava no céu e no outro terra, e caí de cara. Quando finalmente e por minha insistência idiota consegui contato com o espaço sideral, o astronauta Chaveirinho disse que não era a pessoa certa pra mim, que estava muito solto no mundo e indisponível pra namorar.

Deu vontade de vomitar palavras escrotas pra ele, pra quem na verdade eu estava fazendo caridade... Porque foi ELE quem marcou viagens, que me levou em casa pra conhecer os pais, que me buscava no trabalho pra almoçar.

Mas sabe, estar com a razão não faria ele ficar comigo. Entende? Mesmo sabendo o quão idiota ele estava sendo, minha argumentação não iria arrancar dele um pedido de desculpas e rosas na minha mesa no dia seguinte. Ele era um babaca, e os babacas, você sabe...

Chorei muito. Mesmo. Porque tomar um fora de um homem mais feio que você (leia-se mais baixo) é muito pior que de um gatão. Sua auto-estima fica detonada. Você fica perguntando: “Se eu perdi pra ele, vou empatar com quem?”. É foda.
Eis que o mundo, vocês sabem, é redondíssimo. Mesmo sendo levemente achatado, passei por uma fase chata, mas ele girou. Numa festa, mega produzida, sou abordada pela criatura, ele mesmo, com todo seu tamanho.

Chaveirinho me achou linda, e, eu, achei ele baixo. Como sempre. E por sorte dele, eu estava sapatinho baixo. Falou do meu perfume, falou da minha boca. E eu? Falei da minha casa nova, do meu carro novo, do meu retorno pro Brasil. Se pudesse, tinha até falado que ganhei na mega-sena pra que eu queixo dele caísse de vez no chão. É Chaveirinho, a sua brincadeira de “troco uma escova de dente por uma gata” foi um fracasso.

O que leva um cara a dar um fora fenomenal em uma garota que ele estava curtindo? Porque estava mesmo. Ligava sempre, pagava a conta, deixava escolher os lugares, mandava mensagens fofas.

Sabe o que é? Mente fraca. Os homens preferem estar na vibe dos amiguinhos, indo pra lá e pra cá nas baladas do que preso num relacionamento. É o lance do nextel... (dizem que ter um nextel e namorada, só é legal se seus amigos também tiverem).
Tadinho, pagou caro. Exatamente um ano depois, os amigos agora não parecem ser tão legais e repetem as mesmas historias. E ele queria estar comigo.

Mas nós mulheres somos vingativas. Quando ele veio, minha autodefesa já tinha criado uma lista muito grande de defeitos nele. Defeitos que nem mais 40cm poderiam corrigir. Eu disse vingativas? É lógico que não dei o fora logo de cara. Dei o telefone denovo, e nem anotei o dele. E quanto mais eu desmarcava, mais convites ele fazia. E o nível dos convites melhoravam. Começou com um barzinho, passou para um sushi e terminou com um fim de semana em Buenos Aires. Mas ainda não terminou. Porque até agora eu estou dando corda no MSN. 

Quando o convite chegar em férias na Europa, eu paro. E vai terminar assim: “Chaveirinho, nem sei como te dizer, mas há uns 2 dias que eu fiquei com alguém muito especial e estou gostando dele, por isso não poderemos sair, mas vamos manter a amizade, ok?”.
Má, pero no mucho.


sábado, 28 de janeiro de 2012

E eu falei de você...


Minha maior mágoa não foi você ter mentido pra mim que não podia sair e ter caído na balada com sua turminha cool. Nem foram as desculpas esfarrapadas que você insistiu em sustentar de viagens e trabalhos pra não me ver. Tudo isso, baby, eu tiro de letra. Eu também minto às vezes. Minhas especialidades são cólicas, almoços beneficentes, uma amiga deprê que quer um colinho depois de um fim de namoro.
Eu só me arrependo de ter falado de você. De ter exposto nosso futuro (?) pros 4 cantos da vida. De ter falado da nossa história que começou há tempos atrás e do nosso reencontro promissor. Você virou uma promessa pra quem gosta de mim e um desafio pra quem me odeia. Virou torcida dos meus amigos, desejo da minha família.
Você era diferente de todos os paqueras que eu tinha então achei que valia a pena falar de você. Falar das suas qualidades, e dos seus defeitos fofos. Falei e falei demais. Falei até pros outros paqueras, inclusive, que alguém tinha mexido comigo.
Mas sabe, falar de alguém define muito do que eu sinto. Quando eu falei de você antes, era do bem que você me fazia sentir. Mas existe outra situação que eu também falo: eu falo quando alguém passa a ser indiferente pra mim. E agora eu falo a beça de você. Quando vou dar um exemplo de que eu também me engano. Quando rio de mim mesma e do quando suas mensagens com letras de música eram brega e mesmo assim eu gostava. E eu falo porque não dói. Porque não há palavra pra dizer que defina mais o que eu sinto por você: indiferença. É eu falei de você, e também escrevi. E é o máximo que você vai fazer parte da minha vida.

Quit playing games with my heart


Quando eu era teen esse refrãozinho do BackStreetBoys não saia da minha cabeça. Entre a galera “Malhação” é até legal fazer o joguinho, a linha “não te quero porque você vai me querer”.
Só que quando a gente cresce e aparece, tem gente que insiste em continuar com as táticas infalíveis de conquista. Que atire a primeira pedra quem já morreu de vontade de ligar no dia seguinte, mas acha que vai parecer desespero. Quem tá louco pra sair, mas só aceita o convite depois de checar uma agenda que nunca teve compromisso. Quem nunca ficou colocando mensagens nos orkuts e facebooks da vida sobre o quanto a noite passada foi ótima, só pra ver se o affair fica enciumado e achando que você é a última bolacha do pacote.
A gente se pega dando conselhos pra um amigo: dá um gelo nessa guria, fica uma semana sem falar com ela e diz que tem alguém muito especial querendo te conhecer. Ah, se isso funcionasse! Às vezes até funciona, mas quem vai querer ficar com alguém que te quis só pra não perder você pra ninguém?
Eu sei, nós humanos amamos um desafio. É só saber que aquele mala está namorando firme que ele volta a ser interessante. E depois de 1 ano na mais completa solidão, você começa a namorar e seu MSN pipoca de ex-peguete.
Mas entendam, isso tem que ser natural. Não adianta colocar “Fulano está em um relacionamento sério” na sua página pessoal se você não está pegando nem resfriado. Bobagem. Vão perceber assim que você der conversa desesperadamente pro primeiro que vier te perguntar.
Não é o compromisso que deixa você mais desejável: é a felicidade, o amor-próprio, a auto-estima mais lá em cima que o preço da gasolina. E isso só acontece quando? Quando amamos e estamos sendo amados.
Como vivemos num mundo filho-da-puta, nesse momento você nem quer mais que alguém te queira.
É, a gente tá perdido, não tem jeito. Não tem fórmula, não tem joguinho. É uma questão de encaixe. Você vai ser você mesma com um e ele vai te achar uma desesperada. O outro vai querer pular fora... e finalmente um vai te achar exatamente o que ele procurava. Aí amiga, Game Over! =)